Ex-atacante relembra grandes momentos no Atlético-MG, diz que é fã
de carteirinha de Diego Tardelli e que adora ver Obina enfrentar o Cruzeiro
Dizem que a herança de ser atleticano começou a ser passada de pai para filho em 1908, ano da fundação do clube. Em 102 anos, esse sentimento conquistou o coração do ex-atacante Reinaldo e de outros milhões de torcedores.
Herança que também é vitoriosa. O Atlético-MG é o time que mais repetiu o gesto de levantar a taça do Campeonato Mineiro: 40 vezes!
Reinaldo viveu muitos momentos de alegria e de tristeza. Como ídolo e como pessoa. A glória no Atlético-MG, o sonho na Seleção Brasileira, as seguidas lesões no joelho e o fim precoce da carreira, além da vitória na luta contra as drogas. Entre tantas histórias, uma conquista é especial.
- Meu maior momento no Atlético-MG foi quando eu conquistei meu primeiro título, em 1976, que foi justamente o Campeonato Mineiro, do qual também eu fui o artilheiro. Naquele ano, o nosso time era formado por meninos, que ganhou do Cruzeiro na final, que era campeão da Libertadores. Esse foi o jogo mais marcante, essa final de 1976. Nós derrotamos o Cruzeiro duas vezes por 2 a 0. Nos dois jogos, eu fiz gol, e a sensação do primeiro título foi muito gostosa.
Zico e Reinaldo disputam a bola em 1980
No Campeonato Mineiro de 1976, Reinaldo estava com apenas 19 anos. Hoje, 35 anos depois e com 250 gols pelo Galo, a confiança do maior ídolo da história atleticana se mostra bastante viva em mais um título.
- O Atlético-MG tem jogadores de muito boa qualidade. Nós temos o Tardelli, o Jobson, que é um jogador espetacular, e o Obina, que eu adoro ver jogar contra o Cruzeiro.
Como é ser atleticano?
Dizem que o atleticano é nato e hereditário. Eu tive a oportunidade de me formar como atleta e também como homem dentro do Clube Atlético Mineiro.
Eu cheguei aos 14 anos no Atlético-MG e fiquei 13 anos no clube. Com essa convivência, com essa erudição toda, acabo tendo orgulho de ter nascido atleticano. Então, eu acho que o Atlético-MG é esse grande sentimento de Minas Gerais.
O jogo mais marcante foi esse mesmo de 1976?
Foi esse mesmo de 1976. A particularidade é que o Cruzeiro tinha um time excepcional. Um time que, além de ter sido campeão da Libertadores, tinha Jairzinho, Joãozinho, Nelinho, Raul, Piazza, Dirceu Lopes, Zé Carlos e os outros que compunham lá. Ainda tinham uns outros que davam porrada.
Qual é a ambição do Atlético-MG neste Campeonato Mineiro?
Ambição, não. Eu digo que o Atlético-MG tem obrigação de vencer esse Campeonato Mineiro. Esse ano está bom porque a presidente da República é atleticana, o governador é atleticano, o Atlético-MG gastou um rio de dinheiro nas contratações de reforços. É o time que está mais preparado e mais forte neste Campeonato Mineiro. Tem que ganhar e ganhar tranquilamente, a não ser que o Cruzeiro chegue à final.
Qual jogador pode fazer a diferença no Campeonato Mineiro?
O Atlético-MG tem jogadores de muito boa qualidade. Nós temos o Tardelli, o Jobson, que é um jogador espetacular, e o Obina, que eu adoro ver jogar contra o Cruzeiro. Vai ter muita preocupação para o time do Cruzeiro. O Atlético-MG está muito bem. E também tem o treinador, é muito bom. Ele chegou e, com os mesmos jogadores, fez um time competitivo, diferente do que a gente viu no ano passado.
O que você achou da fórmula de disputa do campeonato?
Acho uma boa a fórmula, interessante, apesar de abrir poucas oportunidades para os times do interior de alcançar o título.
Quantos gols você fez em 1976?
Que eu me lembre, foram oito gols no Campeonato Mineiro, nesse ano em que eu fui artilheiro. Eu não sei exatamente. O Mineiro, na época, era muito complicado: jogava, parava, e eu joguei muito pouco também. Eu acho que foram oito. Tem que checar na Federação.
O que gostaria de dizer para o Atlético-MG, que está começando esta temporada?
Eu acho que o Atlético-MG tem, neste ano, a oportunidade de resgatar a alegria do atleticano. O atleticano já não aguenta mais decepção nem sofrimento. Este ano, o Atlético-MG tem que dar alegria.
Dá para surgir um novo ídolo?
O Atlético-MG sempre fabrica ídolos, é um time de massa e cai no gosto da torcida. Para a torcida, que é completamente passional, é bom que se crie outro ídolo. Eu tenho os meus. Gosto muito de Obina, Tardelli e Ricardinho, apesar de que o Ricardinho já está mais devagar. Obina e Tardelli já está bom.
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