Era um uruguaio grandalhão, um tanto desajeitado, de cabeça raspada, aquele Loco Abreu que conheceu o Olímpico em 1998 para defender, sem sucesso algum, a camisa do Grêmio. Passados 13 anos, em fase bem mais rica, com cabelos mais compridos, ele soube usar melhor o gramado onde trabalhou no passado. Com gol dele, o Botafogo venceu por 1 a 0 na noite desta quinta-feira e quebrou sequência de quatro vitórias dos gaúchos em casa.
O Botafogo cresce no Campeonato Brasileiro. Cresce muito. Com a vitória, ultrapassou o Corinthians e chegou à terceira colocação, com 44 pontos, um atrás do São Paulo, vice-líder, e a dois do Vasco. Detalhe importante: os alvinegros têm um jogo a mais para disputar. O Grêmio, pelo contrário, estaciona. Com 30 pontos, é o 13º.
O resultado não foi exatamente justo. O Grêmio foi muito superior no primeiro tempo. Mas teve pouca infiltração, efetividade quase nula, e acabou punido na etapa final, em gol de Loco Abreu que foi metade de Maicosuel, dada a beleza da assistência.
As duas equipes voltam a campo no domingo pela 26 ª rodada. O Botafogo recebe o São Paulo no Engenhão, e o Grêmio visita o Avaí na Ressacada. Os dois jogos serão às 16h.
Onze botafoguenses, de mãos dadas, sobre a linha
Se os 11 jogadores do Botafogo tivessem dado as mãos e formado uma fila sobre a linha do gol defendido por Jefferson, daria na mesma. O time carioca foi de uma timidez surpreendente no primeiro tempo. Pareceu proibido de atacar - destinado a defender, a construir uma barreira na frente de sua área e deixar o tempo passar. Foram 45 minutos de Grêmio, Grêmio e mais Grêmio no Olímpico.
Para não dizer que o Botafogo nada fez, teve a primeira chance do jogo para contrariar. Quando Cortês cruzou da esquerda e a bola passou um piscar de olhos antes das chegadas de Herrera e Loco Abreu, a impressão que ficava era de que os cariocas seriam ousados. Enorme engano. O Botafogo parou aí.
A superioridade do Grêmio foi escancarada: 11 conclusões contra uma do adversário; 60% de posse de bola para o time da casa; oito bolas alçadas na área, contra cinco do
Alvinegro. O que mais chamou a atenção foi a reincidência de chutes de fora da área. O Grêmio tentou assim com Escudero, com Douglas, duas vezes com Rochemback - em uma delas, de primeira, sem deixar a bola cair, em lance plástico, mas que, como os demais, não resultou em nada.
Dentro da área, o Grêmio teve André Lima. E novas chances. E novos “quases”. Com o pé, a bola bateu na rede, por fora; de cabeça, ela passou rente à trave.
O Botafogo não conseguiu agir no ataque. Herrera e Loco Abreu mais fizeram faltas do que incomodaram. Elkeson e Maicosuel não tiveram a criatividade que se exige de dois meias. Foi justificável o 0 a 0, embora injusto para os gaúchos.
Futebol, El Loco futebol
O Botafogo acordou no segundo tempo. Caio Júnior, incomodado com o desempenho nos 45 minutos iniciais, fez duas trocas já no intervalo. Convocou Alessandro e Felipe Menezes para os lugares de Lucas e Herrera. Se não alcançou superioridade, ao menos igualou as ações. Passou a ser uma partida com dois times jogando futebol.
O Grêmio seguiu ambicioso. E mais agudo. Rochemback tentou, André Lima tentou, e nada de o gol sair. Conforme o time da casa aumentava o foco ofensivo, parecia aumentar o risco de ser vazado atrás. O jogo ficou mais aberto.
E aí o Botafogo maltratou tudo aquilo que o Grêmio vinha fazendo na partida. Maicosuel pegou a bola na frente da área, envolveu a defesa e tocou para Loco Abreu. Livre, o uruguaio desviou de Victor e colocou o Alvinegro na frente. O lance foi a terceira conclusão do Bota na partida. O Tricolor, naquele momento, já tinha 16.
Maluquices do futebol, El Loco futebol.
O Grêmio teve que se jogar de vez ao ataque. Com Miralles e Brandão em campo, voltou a ficar próximo do gol. O centroavante concluiu de dentro da área, por cima. Perdeu chance clara. Douglas também teve sua oportunidade. Jefferson salvou.
O Botafogo passou por apuros. Sofreu com o bombardeio do adversário, que terminou o jogo com 22 finalizações (contra seis suas). Mas a pressão azul não surtiu efeito. El Loco destronou um Grêmio que, há quatro jogos, mandava nesse Olímpico que ele conheceu tão bem lá nos anos 90.
Os lances
O gol
O gol
Grêmio | 0 | x | 1 | Botafogo |
GRÊMIO 0 X 1 BOTAFOGO
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS)
Data: 22 de setembro de 2011, quinta-feira
Horário: 20h30 (de Brasília)
Renda: R$ 239.410,50
Público: 17.324 pagantes
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Auxiliares: Helberth Andrade (MG) e Kleber Lúcio Gil (SC)
Cartões amarelos: Fernando e André Lima (Grêmio); Lucas, Herrera e Jéfferson (Botafogo)
GOL: BOTAFOGO: Loco Abreu, aos 21 minutos do segundo tempo;
GRÊMIO: Victor; Mário Fernandes, Rafael Marques, Edcarlos e Bruno Collaço; Fernando (Gilberto Silva), Fábio Rochemback, Marquinhos (Miralles), Douglas e Escudero; André Lima (Brandão)
Técnico: Celso Roth
Local: Estádio Olímpico, em Porto Alegre (RS)
Data: 22 de setembro de 2011, quinta-feira
Horário: 20h30 (de Brasília)
Renda: R$ 239.410,50
Público: 17.324 pagantes
Árbitro: Alício Pena Júnior (MG)
Auxiliares: Helberth Andrade (MG) e Kleber Lúcio Gil (SC)
Cartões amarelos: Fernando e André Lima (Grêmio); Lucas, Herrera e Jéfferson (Botafogo)
GOL: BOTAFOGO: Loco Abreu, aos 21 minutos do segundo tempo;
GRÊMIO: Victor; Mário Fernandes, Rafael Marques, Edcarlos e Bruno Collaço; Fernando (Gilberto Silva), Fábio Rochemback, Marquinhos (Miralles), Douglas e Escudero; André Lima (Brandão)
Técnico: Celso Roth
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