O Palmeiras bobeou, e o Atlético-PR reagiu, mas o fato é que nenhum dos times gostou do empate por 2 a 2 da noite desta quarta-feira, na Arena da Baixada. Em jogo muito truncado, o Verdão dominou e esteve duas vezes à frente do placar. Só que deixou novamente a vitória escapar - faltou um daqueles "detalhes" que o técnico Luiz Felipe Scolari diz não ter em sua equipe. Do outro lado, Antônio Lopes retornou à Arena, mudou a escalação, mas não conseguiu dar a vitória ao Furacão. A arbitragem de Marcelo de Lima Henrique colaborou para que o jogo ficasse feio e travado.
Foram nada menos que dez cartões amarelos e um vermelho, para Cléber Santana, ainda no primeiro tempo.
As duas equipes saíram de campo reclamando, e o dirigente Alfredo Ibiapina, do Atlético-PR, foi expulso na metade da etapa final por protestar no gramado da Arena. A igualdade mantém o time rubro-negro na zona de rebaixamento, com 19 pontos, à frente só do América-MG. Já o Verdão poderia terminar a noite no grupo dos classificados para a Libertadores em caso de vitória, mas o empate fez com que o time perdesse uma posição na tabela, para o Fluminense.
Os dois têm 34 pontos, mas os cariocas levam vantagem no número de vitórias. É o terceiro jogo sem vitória do Palmeiras.
Quanto nervosismo... Antônio Lopes e Luiz Felipe Scolari tiveram ideias parecidas nas escalações, priorizando o ataque: o Furacão entrou com os rápidos Adaílton e Guerrón na frente, enquanto o Verdão teve um quarteto ofensivo com Patrik, Luan, Fernandão e Kleber - que voltou depois de dois jogos fora, em recuperação de dores no joelho.
No papel, os times pareciam ofensivos. Na prática, porém, a realidade foi outra. O duelo ficou quase todo concentrado no meio-campo, com muitas faltas e bolas alçadas. E quando o assunto é bola alçada, o Palmeiras é especialista. Marcos Assunção teve um primeiro tempo discreto, mas dele partiram as chances mais perigosas.
A defesa do Atlético-PR, uma “mãe” no quesito, colaborou demais. Logo aos 14 minutos, não foi Assunção, mas sim Kleber quem cruzou para Henrique desviar sozinho na pequena área: 1 a 0 com gol do zagueiro, convocado pela Seleção Brasileira para a disputa do clássico contra a Argentina, em Córdoba. O cenário ficou favorável para os visitantes: torcida do Furacão pressionando e vaiando, time da casa sem imaginação no ataque... Mas o problema do Palmeiras é que o time sempre costuma provar do próprio veneno.
Forte na bola aérea ofensiva, o Verdão peca defensivamente com frequência nesse tipo de jogada. Após duas cobranças seguidas de escanteio, a zaga não resistiu. Aos 34, Marcos Assunção tentou cortar, mas desviou para trás o cruzamento de Edílson e a bola sobrou limpa para o equatoriano Guerrón empurrar para as redes: 1 a 1, explosão na Arena.
Um minuto depois, o árbitro Marcelo de Lima Henrique tratou de, involuntariamente, devolver a união entre time e torcida do Atlético-PR.
Após uma falta boba no meio-campo, Cléber Santana levou cartão amarelo e aplaudiu ironicamente a decisão do árbitro. Furioso, Marcelo de Lima Henrique não hesitou: aplicou o vermelho e deixou o Furacão com um a menos, para revolta de boa parte da Arena da Baixada. A expulsão de Cléber foi um reflexo do primeiro tempo truncado, com 32 faltas (18 do Atlético e 14 do Palmeiras).
Ao apito final do árbitro, a torcida formou um caldeirão e entoou gritos de insulto a Marcelo de Lima Henrique. O dirigente Alfredo Ibiapina, do Furacão, chegou a invadir o campo e não economizou nos palavrões.
Domínio e apagão
Com um jogador a mais, não demorou para o Palmeiras tomar conta do jogo no segundo tempo. A ordem era não dar chances ao rival, marcar acima do meio-campo, tirar o Atlético do conforto que tinha com o empate.
E o Verdão jogava bem, tocava a bola com consciência, tinha Kleber e Fernandão querendo jogo... O time já teve isso em várias partidas, mas não tinha alguém capaz de colocar a bola na rede. Agora tem. Aos nove minutos, foi Fernandão quem aproveitou rebote de Renan Rocha em um cabeceio e só deu de biquinho para fazer 2 a 1.
Até aí, tudo tranquilo para o Verdão. Do outro lado, o Furacão já parecia conformado, sem se esforçar muito no ataque. O baixinho Madson até entrou para tentar incendiar o jogo, sem sucesso.
A torcida cantava também em tom mais ameno. Tranquilo com a posse de bola, o Palmeiras só deixou o tempo passar. Mas esse time de Felipão tem apagões, às vezes complica até os jogos mais tranquilos.
E foi numa dessas panes, protagonizada pelo ídolo Marcos, que o Atlético chegou ao empate mesmo sem tanto esforço. Guerrón disparou após lançamento de Marcinho e encontrou o “Santo” saindo do gol de forma estabanada. O equatoriano só deu um tapa na bola para o lado e deixou Marcos completar a infração: pênalti.
Na cobrança, Marcinho fez 2 a 2. O Verdão sentiu muito o gol sofrido com um jogador a mais. Impaciente, errou passes demais e quase não levou perigo a Renan Rocha. Do banco, Felipão tentou fazer das suas: lançou Ricardo Bueno e Tinga em busca de um algo mais no ataque, mas viu a tática fazer água. O Furacão quase marcou o terceiro, mas a inoperância do ataque não permitiu. No fim, resultado péssimo para os dois times, que bobearam e estão mais longe de seus objetivos.
Melhores momentos do jogo
Atlético-PR 2 x 2 Palmeiras
Atlético |
2
| x |
2
| Palmeiras |
Atlético
Renan Rocha;Edilson, Manoel, Rafael Santos e Héracles;
Deivid, Marcelo Oliveira (Madson), Cléber Santana e Marcinho;
Guerrón (Parlo) e Adailton (Kléberson).
Técnico: Antônio Lopes.
Palmeiras
Marcos;Cicinho, Thiago Heleno (Leandro Amaro), Henrique e Gabriel Silva;
Chico, Marcos Assunção, Patrik (Tinga) e Luan;
Kléber e Fernandão (Ricardo Bueno).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
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