Camisa 10 foi bem marcado e pouco fez numa noite em que o time alternou esquemas táticos, falhou muito e, quando criou, parou no goleiro Julio Cesar
Novamente, a irregularidade acompanhou a equipe em campo. No primeiro tempo, no esquema 3-5-2 pela primeira vez no ano, a equipe não teve organização tática e ainda repetiu falhas defensivas notadas nas outras partidas. Na etapa complementar, com o retorno ao 4-4-2, o time cresceu, foi superior ao adversário, mas parou no goleiro Julio Cesar, autor de belas defesas.
Confusão tática e vacilos defensivos no primeiro tempo
Para dar mais segurança ao setor defensivo, que havia levado oito gols nas últimas quatro partidas, o técnico Paulo César Carpegiani resolveu mudar o esquema tático, com Luiz Eduardo formando o trio de beques com Xandão e Miranda. No ataque, veio a surpresa. Depois de treinar normalmente na manhã do último sábado, Dagoberto foi vetado pelo departamento médico por estar com dores no joelho direito. Com isso, Fernandão ganhou nova chance e formou dupla de ataque com Fernandinho. No Botafogo, o técnico Fernando Diniz, contratado na última sexta-feira, ficou nas tribunas do estádio. Em campo, a equipe foi comandada pelo auxiliar Regis Angeli.
Embora tenha sido do São Paulo a iniciativa da partida, coube ao time da casa criar o primeiro lance de perigo. Aos 14, Anselmo foi lançado nas costas de Miranda, invadiu a área e chutou em cima de Rogério Ceni. A resposta da equipe do Morumbi foi imediata. Dois minutos depois, Ilsinho fez grande jogada pelo meio, passou por quatro marcadores, invadiu a área e, cara a cara com o goleiro Julio Cesar, acertou a trave direita. No rebote, Rivaldo chutou por cima do gol.
A mudança do esquema tática não foi bem digerida pelos jogadores do São Paulo que, dentro de campo, mostraram-se muito confusos nos primeiros 45 minutos. Com três zagueiros, era natural que Ilsinho fizesse a ala direita e Jean jogasse como volante no meio. Ofensivamente, a dupla tentou alternar posições para confundir a marcação adversária. Mas, defensivamente, nenhum dos dois fazia a marcação pela lateral, o que deixava um buraco para o apoio de Andrezinho. Com isso, Luiz Eduardo deixava a área para fazer o combate na direita. O mesmo ocorria na esquerda, onde Miranda cansou de fazer a cobertura de Juan. E o Botafogo, com claras limitações técnicas, passou a mostrar volume de jogo pelas pontas.
No meio-campo, embora houvesse a maior posse de bola, faltava objetividade para os são-paulinos. Rivaldo até tentou recuar para vir receber a bola, mas as coisas não deram certo. Com isso, Fernandão, que funcionaria como uma referência na área, não foi notado no primeiro tempo. Mais organizado em campo, o Botafogo abriu o marcador aos 40. Após marcação duvidosa de falta por parte do juiz Roberto Pereira Pires, Andrezinho cobrou a infração da intermediária, Anselmo se antecipou a Xandão e testou no canto direito de Rogério Ceni, que só olhou. O curioso no lance é que Miranda, um dos três zagueiros em campo, nem entrou na área para fazer o combate.
No 4-4-2, Tricolor para em Julio Cesar e Botafogo mata o jogo
Como nada funcionou na primeira etapa, Paulo César Carpegiani resolveu mudar o time no intervalo. Ele sacou o inoperante Juan e colocou o meia Marlos em seu lugar. Com isso, ele voltou ao 4-4-2, com o zagueiro Luiz Eduardo atuando improvisado pela lateral-esquerda. Na sequência, Carlinhos Paraíba entrou no lugar de Ilsinho, que saiu machucado. Jean, então, voltou para a lateral.
Fernandão, que até então era uma figura decorativa em campo, passou a aparecer, já que o time, atuando como está acostumado, ganhou em volume de jogo ofensivo. O camisa 15 teve duas grandes chances mas, em ambas, parou no goleiro Julio Cesar, que brilhou com grandes defesas. O Botafogo, muito superior no primeiro tempo, recuou a marcação para tentar sair nos contra-ataques. Aos 24, Carpegiani fez nova alteração no Tricolor, sacando Rivaldo e colocando Marcelinho Paraíba.
Com o passar do tempo, o Botafogo conseguiu voltar a controlar a bola no meio-campo, o que não vinha acontecendo. E, no seu primeiro lance de perigo da etapa complementar, matou a partida. Aos 28, após bela troca de passes, Paulinho recebeu de Assisinho nas costas de Xandão, invadiu a área e, cara a cara com Rogério Ceni, tocou no canto esquerdo: 2 a 0 e festa no estádio Santa Cruz. Na comemoração, os jogadores fizeram uma coreografia lembrando o chute decisivo da vitória da Anderson Silva sobre Vítor Belfort, na luta de MMA da noite do ultimo sábado. O Tricolor não desistiu e ainda descontou com um gol de Marcelinho Paraíba, em chute que desviou na zaga e enganou o goleiro do Botafogo.
Confira os outros resultados da noite de domingo
Bragantino 1 x 2 Mirassol
São Caetano 2 x 1 Paulista
Julio Cesar; Eduardo Ratinho (Dida), Augusto, Gabriel e Andrezinho; Rodrigo Soares, Leandro Carvalho, Assis (Pablo Escobar) e Paulinho (Chicão); Anselmo e Assisinho. | Rogério Ceni; Luiz Eduardo, Xandão e Miranda; Ilsinho (Carlinhos Paraíba), Rodrigo Souto, Jean, Rivaldo (Marcelinho Paraíba) e Juan (Marlos); Fernandão e Fernandinho. |
Técnico: Edinho Nazareth. | Técnico: Paulo César Carpegiani. |
Gols: Anselmo, aos 40min do 1º tempo. Paulinho, aos 28min e Marcelinho Paraíba, aos 46min do 2º tempo | |
Cartões amarelos: Julio Cesar, Rodrigo Soares e Paulinho (Botafogo); Miranda (São Paulo) | |
Data: 06/02/2011. Local: estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto.Árbitro: Roberto Pereira Pires. Auxiliares: Dante Mesquita Júnior e Ricardo Busette. Público pagante: 6.701 torcedores |
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