Técnico eleva tom das reclamações e dá local para torcedores o encontrarem: ‘Se quiserem ter uma atitude mais incendiária, que seja comigo’
Assim que acabou o jogo contra o Fluminense, no qual o Palmeiras foi derrotado por 1 a 0, neste domingo, em Volta Redonda, os torcedores do Alviverde começaram a protestar contra Marcos Assunção e Luan. Os dois foram muito vaiados na saída de campo e também quando estavam no ônibus da delegação. Irritado com a perseguição aos seus atletas, Felipão soltou o verbo.
- Eu vou mandar um recado para esses torcedores. Quem sabe quem é bom ou ruim sou eu. Eu que escalo os jogadores. Então, a responsabilidade é minha. Se tem alguém que tem que ser vaiado, sou eu. Acho um absurdo um grupo vir ao Rio de Janeiro só para vaiar os jogadores – desabafou.
A irritação de Felipão é tanta que o treinador deu um endereço onde passa todos os dias para se algum torcedor quiser tirar satisfação com ele.
- Eu passo todo dia na Avenida Pompéia. Às vezes de carro, às vezes a pé. Se quiserem me encontrar, é fácil. Não tenho medo de nada. Se quiserem ter uma atitude mais incendiária, que tenham comigo. Pode vir!
O Palmeiras volta a campo na próxima quarta-feira, contra o Figueirense. O jogo, válido pela décima segunda rodada do Campeonato Brasileiro vai ser disputado no estádio Orlando Scarpelli, a partir das 21h50m (horário de Brasília).
Em bela tarde do contestado Luan, Verdão goleia Avaí e vira vice-líder
Em seu melhor jogo pelo Palmeiras, atacante marca duas vezes e tem nome gritado nos 5 a 0. Na estreia de Gallo, Leão segue na lanterninha
Interessante o mundo do futebol, capaz de transformar vilões em heróis, jogadores medianos em craques, tudo em questão de minutos. Neste domingo, contra o Avaí, no Canindé, o esforçado atacante Luan completava 50 jogos com a camisa do Palmeiras quase sem ser notado, criticado pela torcida e torcendo por uma renovação de contrato que é difícil de ocorrer. Pois o patinho feio teve seu dia de craque e foi o dono da festa na vitória por 5 a 0 sobre os catarinenses, resultado que coloca o Verdão na vice-liderança do Campeonato Brasileiro. Com quatro gols, o camisa 21 é o artilheiro isolado da competição. Com dez, o Palmeiras tem o melhor ataque até agora.
Os dois gols e assistência deste domingo fizeram Luan ouvir o que tanto procurou nos seus 49 jogos anteriores: o nome gritado pelos mais de 10 mil torcedores. Muito por conta dele, o
Luan comemora um de seus gols com Wellington Paulista
Palmeiras chega a 11 pontos na competição e cumpre a meta proposta por Felipão para as cinco primeiras rodadas: três vitórias e dois empates. O time ainda manteve a invencibilidade no Canindé: em seis jogos na temporada, seis vitórias, 15 gols marcados e nenhum sofrido.
Do outro lado, um confuso e pobre Avaí não chega a ser sombra da perigosa equipe que chegou às semifinais da Copa do Brasil, e eliminou favoritos da qualidade do São Paulo. Estreante do dia, o técnico Alexandre Gallo terá muito trabalho para tirar a equipe da rabeira: com apenas um pontinho, o Leão segue na lanterna do Brasileirão.
Na próxima rodada, o Palmeiras viaja a Fortaleza para pegar o Ceará, domingo, às 16h, no Presidente Vargas. Na mesma data e horário, o Avaí recebe o Fluminense na
Verdão Sorrisão
O técnico Luiz Felipe Scolari atendeu a alguns dos desejos mais latentes na torcida alviverde: lançou Lincoln e Wellington Paulista entre os titulares, nas vagas de Patrik e Adriano. Kleber, com proposta do Flamengo, atuou normalmente. Wellington, que andava insatisfeito com a reserva, acabou escalado aberto pelo lado direito – fora de sua posição original. Ele voltou a todo momento para ajudar na marcação do lateral adversário.
Kleber bate de frente com Tirone sobre oferta do Fla
No início, o Avaí até conseguiu controlar o meio-campo, trocando passes e tentando confundir a defesa palmeirense. Mas o sistema desmoronou quando o Verdão resolveu jogar e fez o primeiro gol: na jogada de sempre, a bola parada, Marcos Assunção viu a bola chegar até o segundo pau e desviar em George Lucas antes de entrar. Lincoln, que estava na jogada, acabou creditado erroneamente com o gol.
A partir daí, a confiança fez toda a diferença a favor do Palmeiras. Pela direita, Cicinho jogou muito e não tomou conhecimento da marcação. Pela esquerda, Luan acertava dribles, passes, jogadas difíceis... Na trama entre os dois saiu o segundo gol. Sozinho, o atacante finalizou na pequena área e comemorou dançando o funk do João Sorrisão, personagem do programa Esporte Espetacular.
Luan jogava tão bem que virou bola de segurança do Palmeiras. Na hora do aperto, o camisa 21 buscou o jogo, pediu o passe. E quando recebeu, partiu para cima sem se envergonhar, assim como não se envergonhava de acompanhar o lateral adversário até a linha de fundo, marcando muito. Numa de suas escapadas, fez mais um golaço, o terceiro do Verdão. Logo depois, deu a assistência para Kleber colocar a bola no ângulo esquerdo de Aleks - 4 a 0, sem muito trabalho. Em atitude inédita, a torcida gritou muito o nome de Luan, o nome do jogo.
‘Santo’ quase faz história
Com a goleada encaminhada, o Palmeiras deu uma relaxada natural e não se arriscou tanto no ataque. E a essa altura, pra que se arriscar? O time apenas tocou bola, embalado no ritmo da torcida, que fez festa a cada boa jogada. Sem reação, o Avaí tentou mudar o panorama com Estrada e Fábio Santos, que entraram no intervalo. Nenhum deles foi capaz de melhorar o poder ofensivo do Leão.
E foi assim, administrando, que o Palmeiras levou os 45 minutos finais: cadenciado, o Verdão assustava em alguns contra-ataques. 4 a 0 já era um placar pra lá de excelente... Até que Lincoln sofreu pênalti de Acleisson, aos 26 minutos.
Aí, o ídolo máximo da torcida alviverde foi lembrado. Com poucas intervenções no jogo, o goleiro Marcos viu seu nome gritado a plenos pulmões para que ele cobrasse o pênalti. Aos 38 anos, ele se queixa de nunca ter feito um gol na carreira e sempre manifestou o desejo de sentir essa emoção pelo menos uma vez antes de pendurar as luvas, no fim do ano.
O capitão Kleber não teve dúvidas: gesticulando muito, chamou Marcos para a cobrança. Sem jeito, o camisa 12 respondia com um “não, não”. Os zagueiros chegaram nele, tentaram empurrá-lo. Quando o goleiro deu alguns passos à frente, a massa foi à loucura, antevendo um momento único na história do Palmeiras. No entanto, foi alarme falso: com a negativa do “Santo”, Kleber pegou a bola e fez o quinto gol, fechando o melhor jogo do Palmeiras na temporada.
Melhores momentos do jogo
Gols de Palmeiras 5 x 0 Avaí
Marcos, Cicinho, Leandro Amaro, Thiago Heleno e Rivaldo; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Lincoln (Patrik) e Luan; Kleber (Dinei) e Wellington Paulista (Chico). | Aleks, George Lucas (Estrada), Cássio, Bruno e Julinho (Romano); Acleisson, Marcinho Guerreiro, Marquinhos Gabriel e Robinho (Fábio Santos); Pedro Ken e William. |
Técnico: Luiz Felipe Scolari | Técnico: Alexandre Gallo |
Gols: George Lucas (contra), aos 18, Luan, aos 21 e aos 40, Kleber, aos 42 do primeiro tempo e aos 26 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Wellington Paulista, Luan (PAL); Julinho, Bruno, Marcinho Guerreiro, Acleisson (AVA) | |
Estádio: Canindé, em São Paulo (SP). Data: 19/6/2011. Árbitro:Fabrício Neves Correa (RS). Auxiliares: Altemir Haussmann (Fifa-RS) e Marcelo Barison (RS). Público: 12.138 pagantes. Renda: R$ 319.419,00 |
Assunção vence 'duelo': Palmeiras bate Atlético-PR e dorme na liderança
Palmeiras supera o Atlético-PR por 1 a 0 e dorme na liderança
No duelo dos especialistas em faltas de Palmeiras e Atlético-PR, deu Marcos Assunção. Foi o camisa 20 o responsável por dar a liderança provisória do Campeonato Brasileiro ao Verdão. Enquanto Paulo Baier jogou mal e saiu na segunda etapa, o volante palmeirense resolveu na bola parada - num escanteio, levantou na medida para Chico marcar o gol da vitória por 1 a 0 sobre o Furacão, neste sábado, no Canindé. A assistência é a oitava do volante na temporada. E com sete pontos em três jogos, o Palmeiras dorme na ponta da tabela da competição nacional.
O time vem correspondendo à meta estabelecida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, que pediu três vitórias em casa e dois empates fora nas primeiras cinco rodadas. A vitória também mantém a escrita palmeirense no Canindé: cinco jogos, cinco vitórias no estádio em 2011. Sem contar que a equipe ainda não sofreu gols no estádio da Portuguesa.
O Palmeiras de Kleber estreou camisa nova contra o Atlético-PR
Enquanto o Palmeiras não sofre, o Atlético-PR não marca. A equipe de Adilson Batista segue zerada na tabela, tanto em pontos quanto em gols. Preocupação para a equipe paranaense, que jogou mal e ficou a maior parte do tempo na defesa.
Na próxima rodada, o Palmeiras vai ao Beira-Rio enfrentar o Internacional, domingo, às 16h. O Furacão recebe o Flamengo também no domingo, na Arena da Baixada, às 18h30m.
Correr para esquentar...
Correr para esquentar...
Em um gelado Canindé, o Palmeiras correu demais – tanto para espantar o frio, quanto para cumprir as determinações de Felipão. Sem um armador de ofício no time - Lincoln ficou no banco -, o técnico pediu movimentação e troca intensa de passes.
Destaque para Adriano Michael Jackson, que ganhou nova chance depois de problemas disciplinares, e nunca mostrou tanta disposição no Verdão. Voltando várias vezes para ajudar na marcação, no melhor estilo Luan, ele atrapalhou o já tímido ataque do Atlético-PR. Na frente, porém, o camisa 19 ainda peca, segurando demais a bola.
Nos primeiros 15 minutos, o Furacão tentava fazer suas jogadas com o arisco Adaílton, arma perigosa pela faixa esquerda do campo. Marcos se assustou em pelo menos duas oportunidades criadas pelo atacante rival. Mas, aos poucos, a equipe de Adilson Batista recuou e passou a apostar somente nos contra-ataques.
O Palmeiras de Kleber estreou camisa nova contra o Atlético-PR (Foto: Agência Estado)
E aí, com posse quase integral da bola, o Palmeiras dominou. Felipão gritava à beira do gramado para os jogadores terem calma na troca de passes, justamente o que faltou. Gabriel Silva, por exemplo, perdeu um gol incrível por conta dessa ansiedade.
E aí, com posse quase integral da bola, o Palmeiras dominou. Felipão gritava à beira do gramado para os jogadores terem calma na troca de passes, justamente o que faltou. Gabriel Silva, por exemplo, perdeu um gol incrível por conta dessa ansiedade.
Após boa jogada de Kleber, o camisa 6, afoito, ajeitou para o pé direito (que nem é o bom) e, da pequena área, isolou e quase acertou as arquibancadas. Em outro lance, este mais polêmico, Gabriel invadiu novamente a área e caiu em disputa com Deivid. Os palmeirenses reclamaram muito de pênalti, não marcado pelo árbitro carioca Péricles Bassols.
Sem criatividade no meio-campo, as equipes tinham suas estrelas nas bolas paradas. As faltas de Marcos Assunção levaram mais perigo que as de Paulo Baier, é verdade, mas ambos foram bola de segurança para Palmeiras e Atlético-PR. No placar das faltas cobradas num truncado primeiro tempo, 5 a 2 para Assunção. Mas nenhum gol.
...esquentar para vencer!
...esquentar para vencer!
No início do segundo tempo, o som da animada torcida palmeirense já se misturava com o da festa junina da Portuguesa, dona do Canindé, que começava logo ali, atrás das arquibancadas ocupadas pelos torcedores do Furacão – a organizada só chegou ao Canindé com 40 minutos da etapa inicial. Em campo, a mesma falta de criatividade, com a diferença que o Atlético ficou mais incisivo com a entrada de Madson, exigindo maior trabalho de Marcos.
Em cinco minutos, porém, tudo mudou. Primeiro, Felipão sinalizou a pressão ao lançar Wellington Paulista no lugar de Adriano. Logo depois, Rômulo foi expulso por derrubar Kleber. Na sequência, Lincoln, voltando de lesão, entrou para dar a tão desejada criatividade ao meio-campo.
Com um jogador a mais, era natural que o Palmeiras não saísse mais do ataque. Com raros intervalos de contragolpes atleticanos, o Verdão manteve a posse de bola, mas não conseguia levar tanto perigo assim. A retranca de Adilson foi bem montada.
Com tanta dificuldade, apelar para quem? Marcos Assunção, claro. Depois das cinco faltas sem sucesso no primeiro tempo, o camisa 20 fez a diferença na sua única chance da etapa final. Aos 30, a jogada que todo palmeirense sabe de cor e salteado: bola cruzada da esquerda, fechadinha, implorando por um desvio para as redes. Desta vez, foi o volante Chico quem cabeceou, de costas para o gol, para fazer 1 a 0 Verdão.
Foi o primeiro gol dele com a camisa alviverde, oitava assistência do garçom Assunção na temporada.
Aí sim, os palmeirenses ficaram aliviados – time e torcida. Mais leve, o Verdão tentou buscar o segundo gol e encontrou muitos espaços para ampliar o marcador. No entanto, os constantes erros de finalizações voltaram a aparecer, principalmente com Luan, que parece ter gasto toda sua pontaria só para fazer aquele golaço contra o Cruzeiro, na rodada anterior.
Nada que atrapalhasse a festa.
Três jogos, sete pontos: a meta de Felipão vem sendo cumprida à risca.
Palmeiras 1 x 0 Atlético-PR, pela 3ª rodada do Brasileirão 2011
Marcos, Cicinho (Chico), Danilo, Thiago Heleno e Gabriel Silva; Márcio Araújo, Marcos Assunção, Patrik (Lincoln) e Luan; Adriano (Wellington Paulista) e Kleber. | Marcio, Rômulo, Manoel, Rafael Santos e Paulinho; Deivid, Marcelo Oliveira (Robston), Branquinho e Paulo Baier (Kleberson); Nieto e Adaílton (Madson). |
Técnico: Luiz Felipe Scolari | Técnico: Adilson Batista |
Gol: Chico, aos 30 do segundo tempo. | |
Cartões amarelos: Kleber, Patrik, Chico (PAL); Deivid, Rômulo (CAP).Cartão vermelho: Rômulo (CAP). | |
Estádio: Canindé, em São Paulo (SP). Data: 4/6/2011. Árbitro: Péricles Bassols Cortez (RJ). Auxiliares: Dibert Pedrosa (Fifa-RJ) e Ediney Guerreiro Mascarenhas (RJ). Público: 10.372 pagantes. Renda: R$ 274.532,00 |
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