O clássico de número 720 da história entre Paysandu e Remo teve o mesmo cenário dos últimos: muita chuva, gramado ruim e estádio cheio. A primeira partida da final da Taça Cidade de Belém teve mais de 20 mil torcedores no Mangueirão, que viram um bom jogo de futebol, cachorro em campo, mas não bola na rede.
Se não teve gol, o maior clássico da Amazônia proporcionou um dos lances mais inusitados do final de semana. Aos 40 minutos do segundo tempo, quando o Remo estava no ataque, um cachorro invadiu o gramado e atrapalhou o meia Ratinho na finalização que poderia dar a vitória para o Leão.
A cena causou risos entre os bicolores e deixou os remistas irritados.
O empate em 0 a 0 deixa o Remo precisando apenas de um outro empate para conquistar o título da Taça Cidade de Belém, que equivale ao Primeiro Turno do Campeonato Paraense. Para reverter o quadro, o rival bicolor tem que vencer o próximo jogo por qualquer placar.
Para a segunda partida, o Paysandu não vai contar com o lateral-esquerdo Airton e o volante Augusto Recife, que receberam o terceiro cartão amarelo, além do zagueiro Pablo, expulso neste jogo. Do lado azulino, Thiago Potiguar recebeu o terceiro cartão amarelo e também está fora, assim como o zagueiro Rogélio, outro expulso no confronto.
Com o gramado pesado e o árbitro Francisco Carlos do Nascimento deixando o jogo correr bastante, o Re-Pa começou movimentado. De um lado, o Paysandu apostava no sistema 3-5-2, tendo o centroavante Lima e o lateral-direito Yago Pikachu, improvisado, como dupla de ataque. Do outro, o Remo, no 4-4-2, entrou com três volantes – Ilaílson, Dadá e Jhonnatan -, com o primeiro fazendo marcação especial no meia Héverton.
Apesar disso, os minutos iniciais foram de poucas chances. O goleiro bicolor teve que trabalhar na cobrança de falta Jhonnatan, aos 12 minutos, e no chute de Val Barreto, aos 21 minutos, que entrou no lugar do lesionado Leandrão. Já Fabiano se esticou todo para evitar que o forte chute de Héverton entrasse no gol remista, aos 26 minutos. Não demorou muito e o gramado pesado fez outra vítima, com o zagueiro bicolor João Paulo sentindo a coxa e sendo substituído por Vanderson.
O tempo foi passando e o ritmo das equipes diminuindo. A última chance aconteceu aos 41 minutos, após Fabiano sair errado do gol, a bola caiu no pé de Lima e só não entrou porque Rogélio desviou o chute para escanteio, garantindo o 0 a 0 no primeiro tempo.
Com as mesmas formações, o segundo tempo manteve a mesma adrenalina, com cada lance sendo disputado como um verdadeiro clássico merece. A arrancada de Jhonnatan pela direita, que terminou com o chute cruzado do volante, deu entender que Leão viria melhor. Porém, aos 17 minutos, o zagueiro Rogélio fez falta em Lima, e recebeu o segundo cartão amarelo, sendo expulso. Com a defesa desfalcada, Charles Guerreiro tirou Eduardo Ramos para entrada de Carlinho Rech. Em contrapartida, Mazola Junior colocou Heliton na vaga de Augusto Recife.
O Paysandu passou a atuar mais no ataque, porém, aos 27 minutos, o remista Dadá partiu em jogada individual, e foi derrubado na entrada da área por Pablo, que também foi expulso, deixando as duas equipes com 10 jogadores.
O maior espaço em campo fez o jogo ficar mais aberto. Ratinho, que entrou no lugar de Thiago Potiguar, quase abriu o placar aos 30 minutos, após cruzamento de Levy e desvio de Jhonnatan. O meia teve outra chance, quatro minutos depois, fazendo boa jogada individual pela direita e chutando forte para defesa de Paulo Rafael. Na reta final do jogo, um lance chamou a atenção de todos.
O relógio apontava 40 minutos e tinha o Remo melhor na partida. Foi quando o meia Ratinho fez boa jogada dentro da área e, na hora da finalização, se deparou com um cachorro, sendo atrapalhado, impedindo o que poderia ser o gol da vitória azulina.
Com o animal retirado de campo, o Paysandu ainda respondeu com o atacante Heliton, obrigando Fabiano a fazer boa defesa, após chute de fora da área. Entretanto, o dia era mesmo de empate e o clássico ficou sem vencedor.
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